26 de ago. de 2007

Outros tempos...

Dia desses, estava conversando amenidades com um aspirante a político da cidade, e papo vai, papo vem, de repente ele solta a pérola: “Então você é limeirense, de que família você é?”

Sim sou limeirense. Sou da família Silva, o senhor conhece?

O que mais me impressiona no interior é o fato de ainda existirem pessoas que relacionam questões de poder e status à meia dúzia de sobrenomes e famílias. Acredito que hoje a cidade tenha por volta de 300 mil habitantes, além de contabilizar uma infinidade de bairros novos que nem sei mensurar.

Diariamente, convivo com jovens profissionais e estudantes universitários, a maioria limeirense, com amplo conhecimento intelectual, que usufruem carreiras bem sucedidas, promissoras oportunidades de trabalho ou ocupam cargos de decisão, porém não carregam os tradicionais sobrenomes.

Ah se ele soubesse que nossa cidade abriga hoje inúmeros profissionais que aqui vieram a trabalho ou estudo, e hoje têm em Limeira sua nova morada. Se ele soubesse que grande parte dos limeirenses natos, hoje moram fora e atuam em empresas de outras cidades e até estados.

É só dar uma volta pela cidade para “perceber“ os novos ares, a amplitude geográfica, a juventude que está chegando e a atual realidade sócio-econômica do município. Talvez ele ainda não ouviu falar em globalização, abertura de mercado, perfil profissional e uma série de questões que mudaram drasticamente o cenário econômico mundial, incluindo o pacato cotidiano de Lima city.

Acho que vou começar a prestar consultoria a políticos, eles estão precisando de uma ajudazinha. rs

3 comentários:

Anônimo disse...

Sandra...enfim vou conseguir escrever no seu blog, agora vc q me aguente!
Como limeirense q passo a ser, afinal são quase dois anos aqui, não tenho economizado elogios a esta bela cidade...as pessoas amigáveis, as oportunidades (sim, elas existem...), as possibilidade de crescimentos, os eventos culturais locais, a localização geográfica, entre outros tantos...mas enfim tb tenho me incomodado com este tipo de pergunta: "De que família você é?".
Quando fazem esta pergunta ao que me parece as pessoas buscam descobrir de quem somos parentes e claro tb descobrir a tradicionalidade do nosso clã, mas nestas situações eu sempre acabo deixado meu interlocutor constrangido pq também respondo:
" Da família Silva!"
Enfim, os tempos são outros, as fronteiras são outras e nós que não temos sobrenomes tradicionais estamos trabalhando e mostrando que um sobrenome não faz a pessoa, não determina o que quer que seja.
Antes que me exceda por aqui gostaria de fazer uma pergunta importante:
DE QUE FAMÍLIA VOCÊ É?

Audrey Salatti disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Olá,

Um ponto que sempre me deixa confuso não é a pergunta "De que familia você é?", mas sim... "De onde você é?"

A alguns anos atrás (uns 10 a 12 anos atrás), eu "tinha a certeza" que era de Itupeva, mesmo não morando mais lá... sempre que perguntavam o meu endereço dizia que era de Itupeva...

Demorou para eu abrir os olhos e ver que isso não era verdade. Talvez não quisesse reconhecer.

E hoje após 9 anos em Limeira, querendo ou não, faço parte de Limeira, moro, trabalho, estudo, pago contas, impostos, etc... tudo em Limeira.

E pela formação técnica, gosto de clareza nas questões e na fala... logo:

"De onde você é?"

o que significa?
Onde eu moro?
Qual minha cidade natal? (Faz diferença?)

"De onde você é?"
Eu não sou de lugar nenhum...
Eu vou para onde eu quiser...