11 de jul. de 2009

Festival Paulínia de Cinema: de encher os olhos!


Na sexta-feira (10/07), estive no Festival Paulínia de Cinema, que segue até 16 de julho. Esta é a segunda edição do festival e a primeira vez que prestigio o evento. Logo na chegada, fiquei impressionada com a grandiosidade do Theatro Municipal de Paulínia. Um imenso local e de uma estrutura capaz de encher os olhos dos mais prestigiados profissionais da área de cinema e audiovisual.

A pequena e rica cidade, com pouco mais de 70 mil habitantes, vem desenvolvendo um intenso trabalho no sentido de tornar-se um polo cinematográfico e, pelo visto, proposta já consolidada.

O projeto de Paulínia é bem complexo, envolve incentivo financeiro a produções brasileiras, locações e estrutura para filmagens no município, formação de mão de obra especializada por meio de capacitação de jovens talentos em diversos segmentos de uma produção cinematográfica e um festival com pretensões em firmar-se como um dos eventos mais importantes do cinema brasileiro. A ideia do festival também é bem interessante, pois é a oportunidade para os realizadores mostrarem ao público a concretização de todo o trabalho desenvolvido.

E por falar em público, a entrada para o festival é gratuita. Quando vi essa informação na internet pensei que os ingressos deveriam ser retirados antecipadamente, porque “claro que iriam esgotar rapidamente”, mas que nada. Cheguei na hora e entrei! Aí temos duas questões: o local é realmente muito amplo capaz de abrigar muita gente ou a falta de interesse do público em eventos culturais, que ainda são tidos como muito elitizados, na visão da sociedade em geral. Enfim, fico com a segunda opção, infelizmente. Na seção das 18h, deu pena ver aquele lindo e imenso local com cerca de 50% dos lugares ocupados. Já na seção seguinte, das 20h, estava bem mais cheio, sobrando poucos assentos vazios.

No contexto geral, creio que em alguns anos, firmando-se como polo cinematográfico e provendo um reconhecido festival de cinema, com um elaborado trabalho de comunicação, pessoas de várias partes do país disputarão um lugar no festival a fim de prestigiar os lançamentos e as premiações do cinema nacional, em Paulínia.

No ano passado, ouvi uma crítica de uma pequena produtora de audiovisual de Campinas. Ela dizia que Paulínia era extremamente fechada aos trabalhos menores e que apenas grandes produções tinham acesso aos incentivos. Não sei bem se tenho essa opinião, porque o festival contempla várias categorias, entre elas, tem um espaço para os curtas regionais. Acho que a questão tem que ser avaliada. Mas com certeza, é nítida a proposta do polo cinematográfico do município em adquirir visibilidade e notoriedade nacional, com prospecção em atrair grandes produções. Então, creio que a proposta é justamente essa.

Em minha primeira visita, fiquei encantada com os trabalhos que vi por lá. Entre eles, o documentário “Caro Francis”, dirigido por Nelson Hoineff sobre o jornalista Paulo Francis. Eu quase nada conhecia do trabalho do Francis e tive o prazer de me deparar com as contradições cultivadas ao longo de sua vida. Impossível não se emocionar com o longa “O Contador de Histórias”, de Luiz Villaça. A história real de um menino desacreditado pela sociedade é um tapa na cara. Na minha doeu!

Um comentário:

Fábio Shiraga disse...

Hmmm... nada melhor do que saber de como foi o festival, no dia que perdi, aos olhos de quem acabo de conhecer.

Eu vou hoje. Assim que decidir como e que horas, comunico.

Beijo.